O Brasil esperou, e a espera acabou. O nome que reacende a esperança verde e amarela na Fórmula 1 é Gabriel Bortoleto. Longe de ser apenas uma promessa, o jovem piloto paulista trilhou um caminho de conquistas consistentes que tornaram sua chegada ao grid uma questão de “quando”, e não “se”.
Mas como, exatamente, ele chamou a atenção de gigantes como McLaren e, finalmente, do ambicioso projeto da Sauber/Audi? A resposta está em uma combinação de talento bruto, maturidade na pista e os resultados para provar.
O Cartão de Visitas: Campeão da F3 como Estreante
O ponto de virada na carreira de Bortoleto foi, sem dúvida, a temporada de 2023. Estreando na Fórmula 3 pela equipe Trident, ele não se intimidou. Conquistou duas vitórias logo no início do ano e, a partir dali, construiu sua campanha ao título com uma consistência impressionante, pontuando em quase todas as etapas.
Ser campeão em uma categoria de base tão competitiva já é um feito. Ser campeão como estreante, como fizeram antes dele nomes como Charles Leclerc, George Russell e Oscar Piastri, é um selo de qualidade que a Fórmula 1 não ignora. Esse título o colocou oficialmente no radar de todas as equipes.
O Selo de Aprovação: McLaren e o Salto para a F2
O título da F3 rendeu frutos imediatos. Em outubro de 2023, a McLaren anunciou a contratação de Gabriel para seu Programa de Desenvolvimento de Pilotos. Essa foi a primeira validação oficial de uma equipe de ponta da F1, dando a ele acesso a simuladores de última geração e à estrutura de Woking.
Já em 2024, na Fórmula 2 com a equipe Invicta, Bortoleto continuou a impressionar. Mesmo em seu ano de estreia na categoria de acesso final à F1, ele se mostrou rápido, combativo e um forte candidato ao título, provando que o sucesso na F3 não foi um acaso.
A Virada do Jogo: O Projeto Sauber/Audi
Enquanto muitos viam a McLaren como seu destino natural, o mercado de pilotos se moveu. Com a Audi se preparando para assumir a Sauber em 2026, a equipe suíça iniciou uma reformulação completa, buscando uma dupla que mesclasse experiência e juventude para seu projeto de longo prazo.
Com a contratação do experiente Nico Hülkenberg, a Sauber viu em Bortoleto o perfil ideal para a segunda vaga: um jovem campeão, com talento comprovado e potencial para crescer junto com a equipe na transição para a era Audi. Fontes do paddock, como o Motorsport.com, confirmaram as negociações avançadas, que culminaram no anúncio oficial que colocou o Brasil de volta no grid como titular para a temporada de 2025.

O Futuro é Verde e Amarelo
A jornada de Gabriel Bortoleto é um manual de como se planeja uma carreira no automobilismo moderno. Gerenciada de perto pelo bicampeão mundial Fernando Alonso através da A14 Management, sua trajetória foi marcada pela precisão: ele não pulou etapas, construiu uma base sólida no kart, dominou a F3 com consistência e provou ser imediatamente rápido na F2. Cada passo foi calculado para prepará-lo não apenas para chegar, mas para permanecer na F1.
Sua chegada à Fórmula 1 pela Sauber, que em breve se tornará a equipe de fábrica da Audi, é o ápice desse planejamento. O primeiro ano será, realisticamente, de aprendizado. A Sauber tem enfrentado dificuldades no fundo do grid, e pódios imediatos não devem ser a expectativa. O verdadeiro alvo é 2026, com a revolução no regulamento. Bortoleto está se posicionando na antessala de um dos projetos mais ambiciosos da F1 moderna, com a chance de crescer junto com a montadora alemã desde o primeiro dia.
Para o Brasil, sua presença encerra um hiato e é um catalisador, com potencial para inspirar uma nova geração e reaquecer o interesse no esporte. A aposta está feita, e o paddock, que já o via como uma joia, agora observa atentamente os primeiros passos do piloto que carrega as esperanças de uma nação. O caminho será desafiador, mas o futuro voltou a ser verde e amarelo.